segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Finalmente Conte fala, aos torcedores.

A Juventus lançou a iniciativa e foi um sucesso. Antonio Conte respondeu a muitas perguntas dos torcedores via twitter pela hashtag tlk2conte (#tlk2conte).
E como é justo que seja, nós aqui do Juventus Brasil contaremos muitas das respostas dadas pelo Mister bianconero.

Quanto te faz falta o banco de reservas?
"Mas eu fiz um na casa da minha mulher. E convido o pessoal do staff, quando vejo a partida começo a xingar todo mundo. Brincadeiras a parte, obviamente sinto falta porque meu trabalho triplica nestes três meses porque o contato não é permitido mas graças aos assistentes ótimos que tenho, Alessio, Carrera, Filippi e os preparadores e acima de tudo jogadores responsáveis, como profissionais e homens. Isto me ajuda muito, dando o resultado a Juventus. Mas me faz muita falta estar longe do time nos 90 minutos de jogo".

Mister, como pensas em substituir Asa quando ele for pra Copa Africana de Nações?
"Temos que chegar no melhor dos modos em janeiro para ser um pouco mais fácil de substituir mas nós já temos elementos bons na equipe para tal. Me refiro a De Ceglie, mesmo com problemas físicos no início da temporada, por ter operado o joelho nas férias. Conto muito com ele mas temos também Giaccherini, Pepe e Padoin, que são ótimos em cobrir ambos os lados".

Quanto lamentas o empate na Dinamarca pela Champions?
"Eu parto do pressuposto que não temos que olhar para trás mas pensar sempre avante. Temos que pensar na Lazio no sábado, no Chelsea. O empate foi, digamos, injusto porque tivemos muitas chances e um domínio importante. Foi engraçado que uns consideravam o Nordsjælland time de Serie C do nosso país e não é assim. Digo sempre aos meus jogadores, muito depende de nós, botando o time adversário na defesa. Li na mídia que o Pescara não foi um time que pudesse medir a força da Juventus. O Pescara havia vencido o Parma por 2x0, tinha 12 pontos. Eles gostam de diminuir a nossa vitória tirando o nível dos adversários, seja o Pescara ou o Nordsjælland".

Qual Scudetto tem sabor mais doce? Aquele de 5 de maio de 2002 ou o de técnico invencível?
"Eu penso que todas as vitórias com a Juventus tem um sabor particular, um belo sabor. Me permito dizer que é este último porque foi o meu primeiro Scudetto como treinador. Vencer como técnico tem um sabor incrível, porque junto do clube, é a tua criatura, dirigentes e etc, tu sente algo que é teu, mesmo quando se perde, tu sente como erro teu. Nunca esquecendo de agradecer ao grande trabalho feito pela diretoria e acima de tudo pelos jogadores compatíveis com o projeto a disposição".

Mister, você vê semelhança entre a sua Juve e o Dortmund?
"O Dortmund é uma equipe que admiro muito, que dá muito prazer em ver jogar, porque corre muito. Vi o jogo contra o Real Madrid... É uma ótima equipe, que corre muito, tem uma grande organização de jogo e intensidade, tem um ótimo treinador. Ano passado venceu a BundesLiga mas saiu na primeira fase da Champions, pela inexperiência dos jogadores... Vejo nisso uma antítese ao nosso time mas espero que nós consigamos passar no grupo".

Gostarias de ser o Ferguson da Juventus?
"Bem... Recém tinha chego na Juventus e em uma entrevista, o presidente Andrea Agnelli disse que pensava e desejava que eu me tornasse o Ferguson da Juventus. É um futebol muito, muito intenso, muito estressante, muito TUDO na Itália, mas sobre tudo fora do campo. Espero que possa ser o técnico da Juventus por tanto tempo. Eu sabia que voltaria pra Juventus depois da minha despedida ao futebol em 2004. Espero que continue vendo a Juventus crescer do jeito que está. Se sentir que devo sair, serei o primeiro a pedir ao presidente que é justo mudar".

O que é a Juventus para você?
"A Juventus certamente é emoção, Juventus é parte de uma vida profissional importantíssima, determinante, para mim são emoções seguramente fortes; família de juventinos, meu pai presidente da Juventus Lecce, penso que isso diga tudo sobre como nascemos e crescemos. Tive sorte de jogar somente em duas equipes, Lecce e Juventus. Tenho sentimentos por todos os lugares onde treinei, no Arezzo, no Bari, na Atalanta e no Siena mas agora estou em casa e a Juventus é muito, muito belo. A Juventus é uma emoção muito forte".

Mister, o quanto acreditas em Pogba?
"Bem... Paul... Muitas vezes ouço dizerem que não acreditam muito nos jovens, mas Paul tem 19 anos e eu não penso muito se deveria dar a ele a maglia de titular porque eu sou um exemplo também. Estreei na Serie A com 16 anos, então se um jogador tem o potencial e o treinador entende que ele é merecedor, a idade não conta. Paul é um jogador que tem os dotes e qualidades, depende dele e de mim em fazê-lo crescer para se tornar um campeão. Ele é um ótimo rapaz, que quer aprender muito e até já conversamos em italiano porque ele já estudava quando sabia que deveria ir pra Juve, na temporada passada.
É um rapaz, temos que ter o controle porque nesta idade tudo parece surreal e temos que ter o cuidado mas é um potencial campeão, um potencial nível um a nível mundial".

Qual o grande jogador que você enfrentou?
"Maradona, sem dúvida. Quando eu estava no Lecce, eu era utilizado como meio, marcando o meia-ala. Marquei Maradona, eram os seus últimos anos mas ainda assim era muito difícil. Se via a força deste jogador. Ciro (Ferrara) me dizia que era o único jogador que fazia o time vencer sozinho. Diego Armando Maradona foi o maior em absoluto.
Gostaria de ter jogado também nos tempos de Pelé. Pra mim, ele e Diego são os melhores de todos os tempos. Neste momento, Messi está a caça dos dois".
 

Mister, por quê não dar continuidade aos atacantes, preferindo a rotação continua?
"Olha, esta é uma boa pergunta, daí respondemos também aos jornalistas. Nós temos 5 atacantes, com Bendtner e Giovinco substituindo Borriello e Del Piero. Confirmadíssimos Vucinic, Matri e Quagliarella porque acreditamos neles. Acreditamos no que fizemos temporada passada, acreditamos no que estamos fazendo nesta. Continuidade significa fazer jogar duas-três partidas a mesma dupla, continuidade então significa não fazer jogar outros três no banco. O que me interessa é ter a resposta destes cinco. Resposta que tive ano passado e que estou tendo até o momento neste ano. Eles sabem que não tem hierarquias absolutas. Eu expliquei a eles que buscava atacantes com características que se equivalessem. Desfruto do que vejo no treinamento. Eu escalo pelas respostas dentro do campo de jogo durante a semana e partidas. Agora Quagliarella está marcando os gols que Matri marcará e assim será. Matri está em crise também pelo mal hábito do nosso futebol, de criar polêmica esquecendo dos aspectos positivos.

Qual a maior dificuldade em treinar um clube importante como a Juventus?
"A dificuldade é a de vencer, o dever vencer. Não se trata só do aspecto esportivo mas também pelo fato de torcer. Fala-se que a Juventus ou se ama ou se odeia. Isso é difícil. Acho que as pessoas deveriam ser mais educadas com um time que joga um belo futebol e fica tanto tempo sem perder, nunca lembram que temos a melhor defesa, o melhor ataque. O lado profissional deveria superar o torcedor de muitos.
Me desagrada o que aconteceu pós-Juve x Nordsjælland, quando no final do jogo, vencemos 4x0 e passei pelo corredor das entrevista coletiva para ver as estatísticas da UEFA na hora e escuto um barulho vindo de dentro da sala de entrevistas coletivas, não de um, mas de alguns, pelo barulho, a comemorar um gol de uma equipe que não é italiana e sim estrangeira, faltando com o respeito devido ao time italiano no caso. Me desagrada por serem jornalistas que vem aqui cobrir o nosso dia a dia para um jornal".

A equipe voltou a ter fome, depois de perder por um pouco. O que disse a equipe depois da derrota pra Inter?
"Eu digo que a Juventus não perdeu a fome, seguramente em alguns jogos - e é um tema que conversamos antes do jogo com a Inter - fomos menos intensos, menos concentrados, menos determinados, algo inconsciente dos rapazes, porque vinhamos de treze meses de trabalho montando uma mentalidade, uma organização. Não podemos, jamais, perder a nossa intensidade. Parabéns a Inter que venceu uma equipe que estava 49 jogos imbatível. Mas acho que nos encontraremos mais pra frente com as demais pela luta pelo título até o fim, contudo, se seguirmos intensos, teremos motivos para permanecer contentes".

Caro mister, por quê não jogas no 4-3-3 com os times menores?
"A mim agradam mais os princípios de jogo. O 4-3-3 é mais defensivo contra os menores, em respeito ao que fazemos. O sistema de jogo atual é super ofensivo. O 4-3-3 eu vejo como mais defensivo ao atual".

Qual a pessoa que mais te inspirou na carreira?
"A carreira profissional tive sorte de ter grandes treinador mas também companheiros de equipe dentre os mais fortes de todos como Zidane, Del Piero mas não esqueço de gente como Montero. Certamente, caras de que me deram muito... A nível de treinadores, todos me ensinaram coisas que me ajudaram a crescer. Agradeço a todos eles".

Quais são as tuas duas partidas perfeitas na Juve, como jogador e como treinador?
"Posso falar como jogador, mas encontrar partidas perfeitas pra mim que era imperfeito é difícil. Posso lembrar de partidas memoráveis como a vitória da Champions, mesmo tendo que sair e não jogar a Euro pela lesão. Lembro de um jogo no Old Trafford contra o Manchester United, quando marquei. Me lembro que os torcedores me colocaram nos braços quando chegamos no aeroporto. Como treinador, prefiro que a partida perfeita seja a próxima, ou seja, a contra a Lazio e assim sucessivamente".

Como era o relacionamento com Del Piero na temporada passada?
"Com Ale sempre tivemos um relacionamento muito verdadeiro, que a verdade sempre permanece, também porque passamos dez anos como companheiros. O agradeço sempre pelo ano passado, pelo que fez com Buffon, sendo os mais experientes do grupo. Se uniram a Andrea Agnelli formando a velha guarda. Foram fundamentais na temporada passada para todos, para voltarmos a vencer. O vejo quando posso e sei o quão é protagonista no Sydney mas sempre torcendo por nós e nós por ele".

Demonstrasse confiança em Giovinco: Quais características ele tem e quais deve ainda exprimir?
"Giovinco é um jogador que nasceu na base, assim como Marchisio e De Ceglie. O Barcelona tem a sua "cantera", nós estamos criar algo parecido, tentando ter o máximo possível de jogadores da base no time principal. É inevitável que os da base tem que ser bravos como Marchisio, De Ceglie e Giovinco. Esta é uma advertência aos rapazes da base: Estamos prontos, abertos. Giovinco é um dos atacantes que falei antes, são ótimos e é o que tem mais facilidade no um contra um, é determinante com assistências, pode bater penaltis, faltas. Este ano já fez cinco gols e está aprendendo bem, como todos os outros".

Mister, dizem que somos soldadinhos, mas quais os valores humanos que devem ter os jogadores da Juventus?
"Partindo do pressuposto que me agradou muito o que disse Bonucci, quando se fala de soldadinhos, se fala de profissionais. Os jogadores e eu devemos ser profissionais. Devo dizer, com toda a honestidade, que quando decidimos comprar um jogador, temos que ver o ponto de vista técnico-tático mas também requisitos humanos importantes, porque nos momentos de dificuldade - e de dificuldade são muitos em uma temporada - o jogador vem sempre em segundo plano, em relação ao homem. Se nós temos uma equipe de homens, agora vencemos, como aconteceu na temporada passada. Quando, no contrário, tens um homem "falador', um homem de pouca coisa, são os primeiros que levam o time pra baixo. Nós deixamos estes jogadores para os outros".

Acreditas que poderão chegar a final da Champions? Se sim, contra quem gostarias de jogar a final?
"Não pude falar nestes meses mas lembro-me de onde partimos nesta caminhada e isto é um conceito claro. O torcedor tem que ser racional também. Trabalhamos muito, temos determinação, paixão, intensidade, intensidade e lágrimas levaram ao Scudetto. Fizemos isso em pouquíssimo tempo. Agora estamos na Champions, temos uma estrada a percorrer. Vejo a mídia falar do City de Mancini e do PSG de Ancelotti... Que demorarão um certo tempo, apesar do investimento, a vencer a UCL, como se os demais não vencerão jamais. Mas como o futebol não é feito somente de dinheiro, temos que trabalhar neste percurso dificil e jogar os nossos jogos e ver o que acontece. Devemos ser bravos e conquistar com nossos méritos. Temos muita vontade de recolocar a Juventus no nível máximo. Como? Com trabalho mas temos que ter paciência. Quando eles têm impaciência, eu digo: "Olhem pra trás e sorriam".

Quem será a nossa antagonista, entre Inter, Napoli, Fiorentina e Lazio?
"Faltam duas aqui: Milan e Roma. Todas as equipes são boas. A Fiorentina corre por fora. Nós devemos continuar a olhar pra nós mesmos, que é o mais importante".



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