quarta-feira, 27 de abril de 2016

Remédio para a alma





Por Henrique M.

Isso(a derrota) machuca minha alma!”, foram essas palavras que Gianluigi Buffon descreveu como se sentia no dia 28 de outubro de 2015, quando a Sassuolo havia vencido a Juventus por 2 x 1, deixando a equipe em 12º lugar, 11 pontos da então líder Roma, sendo esse um dos piores inícios de temporada da Juventus em muitos anos. Nem nos tenebrosos anos pós-Série B a equipe começou tão mal assim.

Chega a ser poético que nos minutos finais da partida de domingo diante da Fiorentina, o mesmo Gianluigi Buffon, que a cada temporada apenas aumenta o tamanho de uma carreira extraterrestre, tenha defendido o pênalti e o rebote da cobrança de Kalinic. Um jogo decisivo para que a Juventus pudesse ter comemorado o título na segunda-feira, com a vitória da Roma por 1 x 0 sobre o Napoli.


E depois de tudo isso que ocorreu nessa temporada, ainda temos que escutar comentarista futebolístico falando que a Juventus não é lá grandes coisas. Talvez não seja lá grandes coisas ser pentacampeão italiano pela segunda vez na história, talvez não seja lá grandes coisas estar invicto a 25 rodadas, tendo conquistado 73 dos 75 pontos em jogo. Acho que o mais correto é dizer que esse comentarista futebolístico que não é lá grandes coisas.

Mas não é apenas o fato de ter sido pentacampeão pela segunda vez na história da Serie A que torna o 5º scudetto consecutivo mais valioso que a temporada invicta e a temporada em que a equipe ultrapassou os 100 pontos na tabela de classificação. A conquista dessa temporada é muito maior.

A equipe foi obrigada a se reconstruir após a grande campanha da temporada passada, após perder 3 pilares de sua equipe. Andrea Pirlo, Carlos Tévez e Arturo Vidal foram ausências sentidas de maneira brutal no começo de uma temporada em que ainda tínhamos que conviver com uma série de lesões que dificultavam cada vez mais uma reviravolta na sorte juventina. Além disso, nunca na história da equipe ela havia perdido os 2 jogos de abertura do campeonato italiano. Mas isso só torna o feito ainda maior.

É a primeira vez que uma equipe é pentacampeã na história do futebol italiano por duas vezes, e vale lembrar que uma das equipes que já conquistaram esse feito (ser pentacampeão) tiveram ajuda dos tribunais, porque no campo foram apenas tetra. Também foi a primeira vez que uma equipe conquistou o italiano após perder os 2 primeiros jogos e também foi a primeira vez que uma equipe com a posição da Juventus após 10 rodadas também levantou o scudetto. Também foi a primeira vez em 11 anos que o campeão de inverno não levantou a taça e também foi a primeira vez que uma equipe que tinha 39 pontos ao final do primeiro turno se sagrou campeã.

Como podem ver a 5ª vez foi repleta de primeiras vezes, foi repleta de quebras de paradigmas, tabu e performances. Um scudetto único por diversas maneiras e mesmo que na Itália digam que 1 scudetto de outra equipe vale por 10 da Juventus, hoje já temos mais conquistas que os dois rivais de Milão somados, seja pela justiça do campo ou pela justiça dois tribunais. Se as coisas continuarem assim, daqui uns anos realmente cada título de outras equipes realmente valerão 10 da Juventus. E ainda temos que escutar que a equipe não é lá grandes coisas.

2 comentários:

  1. Só os idiotas não enxergam o gigante mundial que é este clube, que me deu tantas alegrias e continuará a dar ainda por muito tempo se Deus quiser, fizemos duas partidas quase perfeitas contra o Bayer infelizmente fomos pegos de surpresa com o azar que as vezes o futebol nos prega mas valeu por tudo nesta temporada, principalmente pela remontagem da equipe, fico com uma sensação que se passasemos ali pelo Bayer seriamos o campeão!

    ResponderExcluir
  2. Há muitos cegos e desinformados que não sabem o verdadeiro exército que a Juventus tem, garanto que se passássemos pelo Bayern (poderíamos muito bem ter passado), estaríamos muito perto da final da UCL. A Juve beira a perfeição no quesito tático, tem uma defesa de dar inveja a todos no MUNDO, um goleiro experiente que, apesar da idade, está voando, um coletivo intenso que marca e defende a todo vapor, e um técnico ambicioso e de grande mentalidade. É lindo ver esse time em campo com toda a sua força e garra, uma camisa pesada que traz história e presente, um verdadeiro exército, como já disse. Parabéns aos dirigentes e a comissão técnica envolvida nesse projeto de imenso retorno, espero que continue a calar a boca de muitos (principalmente jornalistas brasileiros de emissoras abertas). A Champions é questão de tempo, e o merecimento pela orelhuda a Vecchia Signora já tem.

    ResponderExcluir